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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Extra.




"Perdão pela falta de jeito. O mundo e o coração me parecem vazios e eu decididamente não gosto de vazios. O tempo me atropela, a vida me leva sem cerimônia, a escola me cansa e me pergunto sem questionar: por quê? E a resposta não chega. A independência não chega. O amor da minha vida não chega. A gente não se basta. A felicidade não bate na porta, não existe delivery para a sorte. E passamos a vida tentando, querendo, sonhando, esperando, numa invariável sem fim, sem charme e sem nenhuma certeza no final. (...) Ah, pára tudo! Se é pra viver, vamos viver direito. Com conteúdo. Troque o verbo, mude a frase, inverta a culpa. O sujeito da oração é você. A história é sua, mãos a obra! Melhore aquele capítulo, jogue fora o que não cabe mais, embole a tristeza, o medo, aceite seus erros, reescreva-se. Republique-se. Reinvente-se. E transforme-se na melhor edição feita de você. Então ame, apaixone-se, erre, erre quantas vezes forem necessárias... Sorria, brinque. Chore, beije, morra de amor, sinta, sonhe, cante, grite, viva... O fim nem sempre é o final, a vida nem sempre é real, a roda nem sempre é gigante, o passado nem sempre passou, o presente nem sempre ficou, o hoje nem sempre é agora. O tempo... o tempo não pára!"
(Fernanda Mello)


Por que não se permitir? Por que não simplesmente viver? Se preocupar pra que? No final você acha que vai se encontrar com 115Kg vendo um filme de comédia romântica numa sexta-feira à noite em seu sofá, debaixo das cobertas, pensando que somente o seu cachorro te ama de verdade? Se essa é sua maior preocupação, querida, por que não compra um monte de cachorros? Porque convenhamos, a diferença entre eles e os homens, hoje em dia, é quase nula. Não, perdão, tenho que ressaltar a fidelidade dos cachorros! Ela sim é relevante.
A minha maior preocupação é se eu vou continuar tendo um chão para pisar, porque, sem chão, para onde eu vou? Por que o resto das pessoas não se preocupa só com isso?
Contas para pagar, nome no SPC, sem dinheiro para a gasolina... Pare um pouco. Relaxe. A vida é mais que uma conta, mais que um nome sujo, é mais que uma carona.
Por que as pessoas simplesmente não param para VIVER? Será isso tão difícil?
Aproveite esse momento, ele é seu. Quem sabe quando você terá esse momento de volta? NUNCA. Essa é a certeza da sua vida. Então por que dificultar?
Grite até perder a voz, saia correndo quando tudo estiver parado, dê um 'Oi' insignificante para alguém significante, faça o que quiser fazer. Mas saiba estabelecer limites entre viver e enlouquecer.
Seja como um texto: saiba se redigir, controlar os parágrafos, o desenvolvimento, os argumentos, o tema. Mas seja incomum.
O que o ser humano considera chato é a rotina, o igual, o ordinário.
Seja extra... ordinário.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Moon.

Sabe quando você está em qualquer lugar, fazendo qualquer coisa e qualquer música normal poderia tocar, mas toca logo aquela que tem a letra que parece ter sido tirada do diário da sua mente? Então...
Por que as músicas insistem em falar de amor? Será que não existe nenhum outro sentimento sem conexão nenhuma com o amor? Os que não estão ligados diretamente com ele, estão ligados indiretamente e, no final, tudo se resume a ele! Ele acha que é quem, o SOL? Ainda bem que eu sempre preferi a Lua...
Falando em Lua, por que as pessoas parecem não ligar para ela? Sempre tão linda lá no céu, roubando a cena que não é dela. Ah, a Lua... Ela é incrível. Será que ninguém pára para percebê-la? Ela está sempre lá, excluída das outras estrelas que acham que ela faz de tudo para aparecer. Rouba a luz do sol, seu tamanho é desproporcional ao resto das estrelas...
Tem gente que se identifica com a Lua por se achar artificial, por se sentir "roubando a cena", por se sentir desproporcional ao resto das outras pessoas... Já eu me identifico pelo oculto nela, pelo o que ninguém vê, ou finge que não vê. Ou... não vê mesmo, porque é incapaz de ver outro sentido nas coisas além do que já está óbvio.
Olhe para ela: tão iluminada, alegre, cheia. Olhe mais um pouco: tão cheia de buracos, feridas, cicatrizes. Quando o tempo está bom, ela está sempre lá, haja o que houver. Quando está ruim, para onde ela vai? Só conseguem enxergá-la porque existe outra pessoa por trás desse 'grande mistério', mas mesmo assim, quando a vemos, ela não parece tão mais bonita do que o sol? Será que é pelo fato de conseguirmos observá-la por mais tempo antes que fiquemos cegos?
Não é como o amor? Quando paramos para observá-lo, ficamos cegos com a sua luz. Mas quando achamos aquela tal pessoa que é iluminada pelo sol, podemos vê-la mais bonita.
Mas não é por isso que eu prefiro a Lua. Prefiro a Lua porque ela é silêncio, enquanto o sol é barulho. Prefiro a Lua porque ela é mistério, enquanto no sol não há segredos. Prefiro a Lua porque ela é como eu, assim, solitária...


"Sou feita de silêncios. Não é todo mundo que consegue compreendê-los. Sou feita pra quem sabe ver. Pra quem sabe sentir. Pra quem consegue me decifrar. Não é qualquer um que me entende.
Silêncio para poder ouvir melhor o bater do coração."

terça-feira, 13 de abril de 2010

Há uns dias atrás eu estava chorando antes de ir dormir, sentindo falta, sentindo um vazio, sentindo emoções. Hoje já não consigo sentir nada. Talvez seja temporário, mas tenho quase certeza de que não.
Hoje já não espero nada. Nem uma atitude, nem uma palavra, nem um pingo do resto do sentimento que existia dentro de mim. Não espero nada de ninguém.
Consegui ver com os olhos descobertos o mundo de verdade. E ele é feio pra quem vive em cima de emoções, porque ele é real, não é como queremos, como sonhamos. E isso é triste pra quem vive sempre querendo fazer a diferença, sonhando com uma revolução em que as pessoas irão ser mais compreensivas e conscientes com as pessoas que as cercam.
Vendo um filme em que só se falava de amor, eu já não sentia um aperto no coração. Pensei até que ele não estivesse mais lá. Mas sei que estava, pois continuou batendo, só não na mesma intensidade e para mim isso não faz diferença enquanto eu ainda estiver vivendo.
É tudo uma metáfora.

Vivo agora em cima não do que é sentido, mas do que é dito.
A razão tomando conta da emoção.
Ainda sou eu. Mudando do jeito que quero, sem ninguém pra me repreender e fazer cara feia.
E aquela vontade de dizer algo e ter que pensar mil vezes antes das palavras saírem da sua boca? Isso desgasta. Só quero viver. Falar sem ter que pensar no que vão ou podem pensar. E daí? Eu também penso sobre o que os outros falam e ninguém deixa de ser como é.

Viva você também, a sua vida, é claro. Não a dos outros, não a que você imaginou. Viva o que tem. Viva o que é. Ame isso.
Ser completamente sem sentimentos é chato, apesar de ser mais inteligente. Mas a idiotice é um passaporte grátis para a felicidade. Seja do seu jeito. E manda catar coquinho quem quiser te botar pra baixo.