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quinta-feira, 25 de março de 2010

Esquecendo de lembrar

É estranho olhar uma foto de um passado que quero esquecer, de um momento que tá mais que filmado na minha mente. Sinto que foi algo irreal, uma fantasia que nunca aconteceu, parece um fato tão distante mesmo assim. Mesmo tendo sido verdade, cada milésimo de segundo parece ter sido mentira. Como? Como já não consigo nem mais lembrar com perfeição do som da tua voz, da maciez da tua pele? Se pudesse, pelo menos, me fazer lembrar desses momentos, talvez ainda restasse em mim uma pitada de realidade. Pois para mim agora tudo parece ter sido ilusão. Não por ter sido “perfeito”, mas por eu já não conseguir lembrar mais.
Lembro dos momentos que preferi guardar com carinho no coração, independente de nós dois juntos. Dos momentos em que consegui acreditar no amor em sua totalidade, em que consegui acreditar em emoções até então inexistentes, momentos em que consegui acreditar e confiar em uma pessoa que me conhecia de dentro pra fora e de fora pra dentro.
O mal do coração é sua falsa impressão de ser grande demais para não misturar nada, mas ele não é. Ele é tão pequeno que explodimos quando sentimos muita raiva, quando sentimos muito amor, muita alegria. Ninguém nunca percebeu isso? E ele é tão pequeno que acaba misturando todos esses nossos sentimentos, grandes e pequenos, e isso tudo nos deixa confusos a ponto de não sabermos se sentimos saudade, raiva ou até indiferença.
Dizem que “escrever é esquecer” e escrevo aqui porque já esqueci, mas mesmo assim, ainda consigo lembrar. Lembro do primeiro beijo, mas já não me lembro mais do último. Lembro da última palavra, mas já não me lembro mais da primeira.
Lembro de você que foi o primeiro, mas já me esqueci dos motivos para ser o último.

quarta-feira, 24 de março de 2010

(Pensamentos do dia 29/01/2010)

Ok. Hoje é o 1º dia de uma grande recuperação. Recuperação de que? De tudo. De mim. Do meu coração. Espero dar tudo de mim apenas para mim mesma. Já diziam todos aqueles que já passaram pelas garras do amor: Nunca se dê de verdade para alguém, nunca se sabe se você se terá de volta.
Espero agora viver sob uma “new perspective”. Onde eu acredito em mim, sem precisar de alguém que me diga “eu acredito em você”. Porque acredito fielmente que todos foram feitos para amar, fomos completamente preparados para isso. Mas tenho total discordância sobre os que dizem sermos dependentes. Sabe aquele tal papo da metade da laranja? (No meu caso, foi metade do limão.) Não acredito nisso. Qual o objetivo de acreditar que fomos feitos para precisar de outra pessoa? Não devemos colocar a responsabilidade de sermos felizes, o peso da leveza dos nossos dias em cima dos ombros de outra pessoa. Devemos, sim, nos apaixonar por nós mesmos e necessitar a todo o momento de tudo que somos.
Se ocorrer de um relacionamento aparecer, é só consequência de estarmos apaixonados por nós mesmos. Aí será apenas algo mais agradável.
Temos mania de acreditar que nascemos para encontrar um par perfeito, alguém que nos complete, que nos entenda, que seja tudo para nós. Acho que alguém esqueceu de dizer que já nascemos completos. Que precisamos de outra pessoa sim, mas não pra completar e sim para somar.
Há grandes diferenças entre as duas coisas. Nascemos completos porque tudo que precisamos de verdade, conseguimos encontrar em nós mesmos, é só questão de procurar, de se auto-conhecer. Mas quando encontramos um alguém, somamos diferenças, somamos opiniões, preconceitos, pele, beijos, amor, carinho, brigas, manias, defeitos.
É bom? Sim. É ruim? Sim, claro. Mas tudo que é bom vem com sua carga ruim. Cabe a nós fazemos nossas escolhas com as nossas prioridades.

Mas aqui fica um trecho de um poema de Arnaldo Jabour:
“Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos essa coisa completa. (...)
O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós.”

terça-feira, 23 de março de 2010

Boa noite, vida.

"Toda saudade é uma espécie de velhice", já dizia João Guimarães Rosa. E quem não concorda com ele? Quem já não sentiu saudades daquele velho momento em que sentíamos possuir todas as coisas do mundo e ao mesmo tempo nada? Aquele sentimento que nos fazia sentir completamente cheia, transbordante de uma felicidade indescritível, um sentimento que não se pode ser igualado a nenhum outro, aquele sentimento que nos faz ver a vida com outros olhos, olhos de criança... Quem não sente falta de um velho amor, hein? Aquele que nos fez passar noites em claro, imaginando, planejando com todos os detalhes o dia do casamento, o brilho nos olhos dos filhos correndo atrás de nós num fim de tarde... Quem não sente falta de uma discussão boba? Ou de uma briga feia que agora nos dá vontade de rir?

Quem vai entender o amor? Esse sentimento que faz de nós uma montanha-russa, capaz de viajar tão rapidamente a ponto de, em algumas vezes, nos deixar enjoados por ficar sempre mudando, com altos e baixos. Com felicidades e tristezas, com brigas e pazes.
Quem será capaz de um dia fazer-nos compreender que nada disso é real? Será que continuaremos sempre vivendo com a ideia de que contos-de-fada existem? Ah, admite, você diz que não existe, mas você acredita neles dentro do seu coração e só não diz a verdade porque tem medo de te acharem tola. E até hoje ainda está à espera daquele princípe encantado que surgirá num cavalo branco te trazendo paz e guerra, te trazendo o sim e o não, o tudo e o nada. O tudo que você precisa, na medida certa.
Mas lembre-se: tolos são aqueles que não acreditam na maravilha que o amor é, aqueles que não confiam na loucura que ele nos traz, a ponto de deixar-nos mais loucos ainda.
Por isso, arrisque, coloque a mão no fogo, ponha tudo a perder! O amor é um sentimento intenso que exige coragem e determinação. Se você é uma pessoa de meias-vontades, desista desse sentimento, ele não foi feito pra você. Mas se você prefere as coisas por inteiro, completamente intensas e cheias de paixão, mergulhe com tudo, o amor nasceu pra você hoje.

Boa noite, vida.